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O que permanece... SMEKATZ e Maria Ines

Local

AAPLAJ - Associação de Artistas Plásticos de Joinville

Data

08/08/2025 a 14/09/2025

Localização

Joinville - Santa Catarina / Brasil

Exposição

O que permanece... SMEKATZ e Maria Ines

Uma instigante exposição que nos convida a participar de um sensível e poético diálogo entre uma avó e seu neto, a partir da pintura. Ela, Maria Ines, é pintora de longa data, com vasta e intensa elaboração artística, cujo gênero predominante é a natureza morta com flores, objetos e frutos. Ele, Jean Smekatz, é um jovem artista contemporâneo em plena e vigorosa ação, produz compulsivamente,
transitando entre a pintura, a instalação e a performance.
A natureza morta está presente na história da arte desde a Antiguidade greco- romana, porém com mais ênfase a partir do Renascimento. O século XVII a sistematiza como um gênero pictórico. Na história da arte, muitas vezes foi subvalorizada; contudo, teve relevante papel na formação e no aperfeiçoamento técnico entre os artistas acadêmicos. No entanto, é no modernismo, a partir de Cézanne, que se busca, de certa forma, uma abordagem inovadora para esse gênero artístico. Posteriormente, Picasso e Braque ampliaram a perspectiva cezaniana na abordagem cubista. Artistas como Morandi, De Chirico, Carrá, entre outros, expandiram conceitualmente os limites desse gênero, tensionando-o e incitando debates e experimentações enquanto linguagem pictórica. Ainda que, por vezes, seja subvalorizada, a natureza morta é parte importante no campo da arte, e sua presença em acervos institucionais e individuais é relevante.
Nesta exposição, há duas pinturas de Maria Ines nesse gênero, características de sua poética, que se inserem entre as reverberações da natureza morta ao longo do tempo. Entretanto, fragmentos de seu exercício pictórico insistem e resistem na pintura de Smekatz, resultado de uma íntima conversa pictórica. Eis que se evidencia a origem da sensibilidade inquieta e artística do neto! Essa avó é mais que avó; é fonte de inspiração.
Smekatz, em seu gesto artístico-pictural, apropria-se de telas de sua avó e sobre elas intervém com sua poética. Entre o espatular e o pincelar denso, camadas empastadas com cores saturadas ora preenchem espaços até então vazios, ora apagam camadas pictóricas presentes em telas abandonadas no ateliê da avó, Maria Ines.
Entre superfícies pictóricas não figurativas, nas quais sutis tonalidades de cores, camadas e luz sugerem volumes, ressignifica-se o espaço pictórico. Porém, Jean não elimina o ali pintado; ao contrário, evidencia fragmentos da pintura que ali estava. Surge, então, um instigante diálogo entre um gênero recorrente na pintura e uma proposição sintonizada com os gestos artísticos contemporâneos de apropriar e ressignificar. A proposição de Smekatz em O que permanece... é um convite a refletir sobre esse provocativo e sensível diálogo entre poéticas.
Nadja Lamas (ABCA e AICA) Curadora

©2025 por SMEKATZ

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